domingo, 15 de julho de 2018

Importância econômica

       As Lauráceas possuem grande importância econômica, nacional e internacionalmente, pois muitas de suas espécies fornecem óleos aromáticos e alcalóides usados na perfumaria e na indústria farmacêutica, tais como Cinnamomum camphora (L.) J.Presl (cânfora) e a Aniba roseadora Ducke (pau-rosa), desta última se extrai o linalol, essência bastante empregada na indústria de cosméticos (SANTOS & ALVES, 2012).

     Alguns dos seus gêneros produzem frutos bastante apreciados na culinária, podendo ser consumidos in natura ou utilizados como condimentos, como o abacate (Persea americana), o louro (Laurus nobilis) e a canela (Cinnamomum verum). A madeira de alta qualidade é de grande relevância na fabricação de papel, na marcenaria e construção civil e enquadram-se aqui a imbuia - Ocotea porosa (Nees & Mart. apud Santos & Alves, 2012) e a canela-preta Ocotea catharinensis, que possuem madeiras procuradas para mobiliário de luxo. Segundo Brotto et al. (2009), o amplo potencial econômico e o consequente aumento da pressão extrativista sobre as espécies de Lauraceae resultaram na diminuição de suas populações naturais, elevando o número de espécies ameaçadas de extinção. A lista referendada pela IUCN (2009) cita para o Brasil 36 espécies ameaçadas de extinção (SANTOS & ALVES, 2012).

Confira no vídeo os benefícios da canela.



 
Canela. Foto: Reprodução. Disponível em https://www.chabeneficios.com.br/


Cânfora-de-jardim. Foto: Reprodução. Disponível em https://www.beneficiosdasplantas.com.br/

Saiba mais sobre os benefícios da cânfora para a saúde, clique aqui.

Abacate Foto: Dercílio/SAÚDE é Vital)


6 maneiras diferentes de consumir o abacate, saiba mais.

Confira no vídeo abaixo os benefícios do abacate para a saúde.




Foto: Reprodução. Disponível em http://qplantaeessa.blogspot.com/

Saiba mais sobre as propriedades dessa madeira clicando aqui.



quarta-feira, 11 de julho de 2018

Alguns gêneros da família Lauraceae

        

  • Aiouea

De acordo com Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Giulietti, A.M., Kirizawa, M. , os membros desse gênero possuem árvores monoicas, com folhas alternas, peninérveas, com inflorescência em forma de panícula na axila das folhas. Suas flores são bissexuadas, pequenas, com pedicelo e 6 tépalas. 6 ou 9 estames. Fruto do tipo baga. Esse gênero é restrito à região neotropical e possui cerca de 25 espécies.

Foto: Luis A. Funes - Flora de Santa Catarina. Disponível em: https://sites.google.com/site/biodiversidadecatarinense


 Foto: Luis A. Funes - Flora de Santa Catarina. Disponível em: https://sites.google.com/site/biodiversidadecatarinense
  • Cinnamomum 

             Ainda segundo Wanderley et. al., 2003, são árvores ou arbustos de até 30 cm, folhas alternas, inflorescência em forma de panícula ou racemo, nas axilas das folhas, flores bissexuadas, pequenas, brancas ou esverdeadas, 6 tépalas e 9 estames. Ovário em forma de elipse e fruto do tipo baga. Possui cerca de 250 a 350 espécies. A este gênero pertence a canela, especiaria bastante apreciada pelo mundo.



     
Foto: Luis A. Funes - Flora de Santa Catarina. Disponível em: https://sites.google.com/site/biodiversidadecatarinense


  • Nectandra
 Árvores monoicas, folhas alternas, raramente opostas, peninérveas. Inflorescência em geral em panícula.
 Flores bissexuadas; 6 tépalas iguais a subi guais, freqüentemente deiscentes como um anel após a antese, estames férteis 9, dispostos em 3 séries (Wanderley et. al., 2003).





Foto: Luis A. Funes - Flora de Santa Catarina. Disponível em: https://sites.google.com/site/biodiversidadecata

  • Persea
      São árvores, com folhas alternas e peninérveas. Inflorescências axilares ou subterminal. Flores bissexuadas, com 9 estames férteis e o estilete é maior que o ovário. 
         O gênero está presente com cerca de 200 espécies na América tropical e subtropical e Ásia e ausente na África e Austrália. Segundo Rohwer apud. Wanderley (1993) o gênero é composto por três subgêneros: Persea, com tépalas iguais a subiguais em altura e decíduas no fruto; Eriodaphne, com tépalas fortemente desiguais e persistentes no fruto; e Machilus, com tépalas iguais a subiguais e persistentes no fruto.  A este gênero pertence o abacate (Persea americana), bastante conhecido e apreciado no Brasil. Um fato bastante interessante que ocorre em Persea americana  é a promoção da polinização cruzada, envolvendo dois tipos floras: A e B, de modo que elas apresentam dois períodos de abertura em dias consecutivos. Os estigmas da flor A estão receptivos ao pólen na manhã do 1º dia e as anteras dessa flor ficam deiscentes na tarde do 2º dia. Já na flor B, os estigmas ficam receptivos na tarde do 1º dia e as anteras discentes na manhã do 2º dia. Esse mecanismo diminui os riscos de autopolinização, no entanto, esse processo não é altamente sincronizado, de modo que as flores abertas pela manhã podem permanecer até a tarde, quando outras irão se abrir, havendo então uma sobreposição entre os estágios pistilados e estaminados das flores ( MALERBO-SOUZA et. al., 2000).
                                       Foto: Mauroguanandi - Jardim Botânico. Flora Digital de Portugal . Disponível em https://jb.utad.pt/multimedia/Persea_americana



  • Laurus
        De acordo com Wanderley et. al., 2003, são arbustos ramificados e aromáticos, chegando até 20 metros de altura. Suas folhas são simples, alternas, verde-escuras e pálidas na face inferior (abaxial). São plantas dioicas, ou seja, há plantas que produzem apenas flores masculinas e há plantas que produzem apenas flores femininas. Seus frutos são do tipo baga, escurecidos quando maduros. A este gênero pertence o louro, de modo que suas folhas e frutos são utilizados como tempero. 

Foto: António Crespí - Jardim Botânico. Flora Digital de Portugal. Disponível em https://jb.utad.pt/especie/Laurus_nobilis







quarta-feira, 4 de julho de 2018

Filogenia das Lauraceae

            A família Lauraceae faz parte do grupo das angiospermas, que acredita-se ter originado no período Jurássico, há mais de 140 milhões de anos atrás, mas segundo Judd et. al., 2009, a linhagem que originou as angiospermas pode ter se separado das outras plantas com semente a cerca do dobro desse período.
        Lauraceae está incluída na ordem Laurales. O cladograma abaixo mostra a relação da ordem Laurales que faz parte do clado das Magnolídeas que não são consideradas como monocotiledôneas nem como eudicotiledôneas e junto com ela, estão as ordens Magnoliales - a quem Laurales é grupo-irmão -, Canellales e Piperales. 

As magnoliales (grupo-irmão de Laurales), difere destas pelos seus nós trilacunares a multilacunares, folhas dísticas e sementes frequentemente carnosas. Estas famílias retiveram as características mais ancestrais (plesiomórficas) como numerosos estames e carpelos livres arranjados espiraladamente, ovário súpero, semente com embrião  diminuto e endosperma abundante (JUDD et. el., 2009).

A ordem é considerada monofilética,  tendo como sinapomorfias os nós unilacunales, folhas opostas, receptáculo cupuliforme e estaminódios internos (JUDD et. al., 2009). Tal monofiletismo é sustentado por análises morfológicas e moleculares (Doyle e Endress 2000 et. al. apud Judd et. al., 2009).



domingo, 1 de julho de 2018

Características das Lauraceae

    A família Lauraceae possui distribuição pantropical sendo bem representada na América, Ásia tropical, Austrália e Madagascar e pouco expressiva no sul da África. Compreende cerca de 50 gêneros e 2.500-3.000 espécies (Rohwer 1993, van der Werff & Richter 1996), sendo muitas delas bastante conhecidas e apreciadas em nosso cotidiano, como o delicioso abacate utilizado na alimentação na forma de vitaminas, saladas e doces, além de que uma boa hidratação com abacate deixa os cabelos mais brilhantes e sedosos #ficaadica. Mas não é só o abacate que faz sucesso na nossa mesa, a canela que utilizamos como especiaria também faz parte dessa família, o louro, a cânfora, entre outros.  Economicamente, Lauraceae é de grande relevância na indústria madeireira, sendo utilizada principalmente para mobiliários de luxo (Rizzini 1971).


     Quanto ao modo de vida, essas plantas podem ser árvores ou arbustos, dioicos ou monoicos, raro trepadeiras parasitas (Gênero Cassytha), comumente perenifólias (WANDERLEY, et. al., 2003). No Brasil, a família é reconhecida por 23 gêneros e 434 espécies, dos quais 18 gêneros e 125 espécies foram citados para a região Nordeste do Brasil (Quinet et al. 2012 apud. Wanderley et. al., 2003).


 Cinnamomum verum (Foto: Luciano Rodrigues Soares - Flora Digital)

Folhas:  alternas e espiraladas, nunca       dísticas. Simples,  com venação perinérvea ou palmada e  ausência de estípulas (JUDD et. al., 2009).

Foto: Reprodução (Wikiwand)










                                                             

As plantas dessa família ainda apresentam outro atrativo: suas folhas possuem aromas bastante agradáveis, devido à presença de óleos essenciais, por isso muitas delas são utilizadas como tempero.

Flores: As flores são unissexuadas ou bissexuadas, actinomorfas. Os estames apresentam antera com deiscência valvar e são dispostos em quatro verticilos. O ovário é súpero, unicarpelar, unilocular e uniovulado (SANTOS & ALVES, 2013). As flores são polinizadas por insetos, mais comumente abelhas e moscas. Possuem pares de estaminódios modificados na base dos estames que possuem fragrâncias, as vezes também secretam néctar (JUDD et. al., 2009).

Foto: Reprodução Mundo Fauna e Flora (Disponível em: http://08hachi.blogspot.com/)


Fruto: Fruto bacáceo de semente única, base do fruto sem cúpula ou cúpula pouco a muito desenvolvida, envolvendo-o total ou parcialmente (SANTOS & ALVES, 2013).


Fonte: https://blogdoenem.com.br/